sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Estudo de caso



A importância de conhecer as fases da escrita da criança

A aprendizagem é um processo que se dá ao longo de toda a vida do ser humano, mas para que o ser humano adquira novos conhecimentos ele precisa de uma base, que o ajudará a desenvolver e absorver novos conhecimentos sempre que algo novo for aprendido. E na aquisição da escrita não é diferente, a criança traz consigo experiências relacionadas a esse tipo de linguagem; ela não entra neste processo sem conhecimento anterior. A aprendizagem da escrita inicia-se muito antes do que a escola imagina, transcorrendo por vários e diferentes caminhos. As primeiras escritas das crianças no início da aprendizagem devem ser consideradas como obras de grande valor, pois seus esforços foram colocados no papel representando algo.
É notório que o fracasso da educação no Brasil hoje não está ligado apenas a problemas estruturais das escolas, como a falta de material, bibliotecas, livros, e os baixos salários dos professores, mas também a uma forte ligação no que diz respeito teoria e prática. Neste sentido, para reverter esse quadro de fracasso, faz se necessário métodos e estratégias eficientes de alfabetização, mas para isso, é preciso ter conhecimento tanto da teoria como da prática, pois quem conhece apenas uma ou outra, conhecerá apenas a metade e ninguém ensina o que não sabe. Outro fator importante é a formação científica que o alfabetizador não vem recebendo, que não o possibilita atuar criticamente. Sendo assim, há necessidade da tomada de medidas urgentes e eficazes de metodologias que realmente alfabetizem com competência. Uma alternativa oferecida para superar o fracasso da alfabetização é através da implementação do Método Sociolinguístico, que propõe uma nova forma de alfabetização infantil.  Entende- se Método como sistematização e organização do trabalho docente. É "Sócio", porque desenvolve efetivamente o diálogo no contexto social de sala de aula, e é "Linguístico" por trabalhar o que é específico da língua: a codificação e decodificação de letras, sílabas, palavras, texto, contexto, e desenvolver as habilidades para ler e escrever,etc.
O que vemos hoje em dia na aprendizagem inicial da criança são práticas baseadas na junção de sílabas simples e memorização de sons e copias, fazendo com que a criança não participe do processo de construção do conhecimento. Neste sentido, segundo Emília Ferreiro, a crianças são ativas e constroem seu próprio conhecimento, e que o processo de aprendizagem passa por etapas com avanços e recuos, até dominar o código linguístico. Em sua obra Psicogênese da Língua Escrita, a autora afirma que toda criança passa por quatro fases até a sua alfabetização:

·         Pré- silábica: não consegue relacionar as letras com os sons da língua falada;
·         Silábica: interpreta de sua maneira, atribuindo valor a cada sílaba;
·         Silábico-alfabética: mistura a lógica da fase anterior com a identificação de cada sílaba;
·        Alfabética: domina o valor das letras e sílabas.

Em um estudo feito com Maria Cecília de três anos e dois meses, foi solicitado que esta escrevesse as palavras que lhes fosse dita, a princípio houve uma resistência, a criança alegou não saber, mas ao incentivá-la, ela começou a escrever, ou melhor, a desenhar. Após analisar a atividade realizada e de acordo com o que foi estudado em sala de aula, identificou-se que essa criança encontra-se na fase de Hipótese Pré-silábica, onde a criança supõe que a escrita é outra forma de desenhar ou de representar coisas e usa desenhos, garatujas e rabiscos para escrever. Esta fase tem como características: escrever e desenhar tem o mesmo significado; não relaciona a escrita com a fala; acredita que coisas grandes têm um nome grande e coisas pequenas têm um nome pequeno.  Como se pode ver na imagem abaixo:

Dessa forma, através das teorias estudadas e da atividade prática realizada, podemos concluir, afirmando que é essencial que todo professor alfabetizador sonde a escrita da criança, pois esta sondagem permite conhecer as hipóteses que a criança tem a respeito da linguagem, de maneira que o professor esteja apto a fazer mediações que possibilitem a construção alfabética da escrita de maneira efetiva.  Saber analisar e entender o processo de compreensão e representação da escrita de um indivíduo é de suma importância para o desenvolvimento e aprendizagem enquanto estudante e futura educadora.






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